O Bicho de Sete Cabeças
CENTRO DE PSICOLOGIA E CIÊNCIAS HUMANAS
CURSO DE PSICOLOGIA
Emily de Farias
O BICHO DE SETE CABEÇAS
Florianópolis
2014
O Bicho de Sete Cabeças
BICHO DE SETE CABEÇAS. Produção: Buriti Filmes/Dezenove Som e Imagem/Gullane Filmes/Fabrica Cinema. Direção: Laís Bodanzky. Brasil, 2000, 35 mm, 74 min, som dolby digital, cor.
Rodrigo Santoro dá vida ao personagem Neto, um adolescente que é internado em uma clinica psiquiátrica por, de acordo com a família dele, ser viciado em maconha. O filme é baseado no livro “Canto dos Malditos” de Austregéliso Carraro que viveu essa experiência dentro de manicômios no Brasil na década de setenta.
Uma das características mais marcantes do filme é como ele mostra a realidade dos hospícios manicomiais, a forma que funcionários mostravam o ambiente para as famílias em comparação a como realmente era a experiência da internação, expondo então para quem assiste como era caótica a situação do sistema psiquiátrico nacional. Neto tem um internamento involuntário sem antes passar pelo atendimento médico ou receber qualquer tipo de laudo. A clínica de tratamento é mostrada para o público como é de fato, como um deposito dos “desajustados”.
Neto não é ouvido antes nem da primeira nem da internação. Em nenhum momento dentro da clinica de saúde mental ele é tratado como uma pessoa, um cidadão, alguém complexo com ideias e sentimentos, um ser biopsicossocial; como é proposto pela Reforma Psiquiátrica e pelo Código de Ética da Psicologia.
A intenção inicial com a internação de Neto no ambiente manicomial seria de “curar” um vício, se baseando apenas em um cigarro de maconha encontrado no casaco do rapaz, trazendo novamente para a percepção como o dito louco não é ouvido, seja pela família ou por quem faz o tratamento. A família do rapaz nunca chegou a perguntar sobre o cigarro de maconha, por conta própria concluíram que ele era viciado e realizaram a