O Antigo Regime e a Revolução

Se a Revolução Industrial Inglesa teve impacto na economia mundial do século XIX, a Revolução Francesa teve-o no campo político e social. O conflito da estrutura oficial e dos interesses do Antigo Regime com as novas tendências ou forças sociais que emergiam, era mais agudo do quem qualquer outro lugar. Turgot, Ministro das Finanças de Luís XVI nos anos 70 de XVIII, era favorável a uma exploração eficiente da terra, pela iniciativa e comércio livre; uma administração estandardizada e eficiente; um território nacional homogéneo; e pela cobrança de impostos racionais e equitativos. A sua tentativa de aplicar essas medidas falhou. «Reformas desta natureza quando ministradas em doses modestas não eram incompatíveis com as monarquias absolutistas, nem por elas mal acolhidas»1.

Apesar dessas medidas serem inaplicáveis nos países de «despotismo iluminado», em França elas fracassaram mais rapidamente que em outros países, devido à resistência dos interesses constituídos. Na época, dos 23 milhões de franceses, 400 000 formavam a nobreza. Estes gozavam a isenção de vários impostos e de direitos de receber tributos feudais. Porém, politicamente, a Monarquia Absoluta privava-os da independência e responsabilidade política. Entre este grupo e a classe média existiam hostilidades, pela concorrência dos órgãos oficiais. Grosso modo, foi a «reacção feudal» que fez rebentar a Revolução.

Os camponeses, a maioria, não tinha quaisquer terras e os impostos (sisas, direitos feudais, etc.), eram cada vez maiores. Por seu turno, os sucessivos anos de más colheitas e o aumento do pão, dariam o resultado esperado: a fome. Outras razões existiam durante os 20 anos que precederam à Revolução. Os problemas financeiros da monarquia; a estrutura administrativa e fiscal do reino estava obsoleta, apesar das tentativas de reforma; e a envolvência da França na Guerra da Independência da América. O preço da vitória sobre a Inglaterra foi a falência final.

Em 1787, realizou-se a Assembleia