O Alcatraz e o Eider - Peça narrativa adaptada

_NARRADOR: Pedrinho, na varanda, lia um jornal. De repente parou e disse a Emilia, que estava andando por ali.
_PEDRINHO: Emília vá perguntar a Narizinho que quer dizer folclore.
_EMÍLIA: Vá? Dobre a língua! Eu só faço coisas quando me pedem por favor!
_PEDRINHO: Emílinha do coração... Faça-me o maravilhoso favor de ir perguntar à narizinho que coisa significa folclore, sim tetéia?
_NARRADOR: Emília foi e voltou com a resposta.
_EMÍLIA: Narizinho disse que “folk” quer dizer gente, povo, e “lore” quer dizer sabedoria, ciência. Folclore são as coisas que o povo sabe por boca, de um contar para o outro, de pais a filhos. Porque pergunta isso Pedrinho?
_NARRADOR: O menino calou-se, estava pensativo, com os olhos lá longe... Depois disse:
_PEDRINHO: Uma idéia que eu tive... Narizinho é o povo, tudo que o povo sabe vai contando de uma para o outro, ela deve saber. Estou com o plano de espremer Narizinho para tirar o leite do folclore que há nela.
_NARRADOR: Emília arregalou os olhos.
_EMÍLIA: Não está má a idéia não Pedrinho! Às vezes a gente tem uma coisa muito interessante em casa e nem percebe.
_PEDRINHO: As narigudas são sempre muito sabidas. Mamãe conta de uma que era um verdadeiro dicionário de histórias folclóricas, uma de nome Esméria, que foi escrava de meu avô. Todas as noites ela sentava-se na varanda e desfiava histórias e mais histórias. Quem sabe se a narizinho não é uma segunda Tia Esméria.
_NARRADOR: Foi assim que nasceram “As Histórias de Narizinho”. Uma delas era: “O Alcatraz e o Eider”, que Narizinho agora nos contará:
_NARIZINHO: Havia uma disputa entre o Alcatraz e o Eider.
_EMILIA: Explique que bichos são esses.
_NARIZINHO: — O alcatraz é uma ave marinha que tem um saco debaixo do bico. Uma ave com fama de ser a mais glutona de todas. Por isso os homens de certas zonas utilizam-na para a pesca. Botam-lhe uma argola no pescoço, debaixo do tal saco, de modo que o alcatraz pesque o peixe mas não possa engoli-lo. E o eider é um patão