A ética de maquiavel
FACULDADE DE CIÊNCIAS SOCIAIS
TEORIAS POLÍTICAS CLÁSSICAS I
PROFª: Osvaldo Valente
ALUNO: Ângelo R. V. Monteiro
RESUMO
CHISHOLM, Robert. A ÉTICA FEROZ DE MAQUIAVEL. In: Os clássicos do pensamento político. Organizadores: Célia Galvão Quirino, Claudio Vouga, Gildo Brandão. São Paulo. Ed. Universidade de São Paulo. 1998.
Em O príncipe de Maquiavel encontramos um esquema normativo que ultrapassa a mera tirania. Ao se fazer uma leitura cuidadosa da obra em questão, percebemos uma preocupação que não se refere simplesmente ao interesse pessoal. Por mais que a obra se volte para o aconselhamento dos príncipes, Maquiavel tenta elevar os objetivos do príncipe e fornecer as táticas para se conseguir chegar a estes objetivos. O objetivo do príncipe, segundo Maquiavel, é garantir a ordem, a estabilidade num mundo de intensos conflitos. Para tal, ação humana (ação política) assume total importância, mas esta ação não é eficiente quando se encontra vinculada a padrões universais. Com isso Maquiavel diminui o papel que a moralidade tradicional, cristã possui na vida política e propõe a existência de uma moralidade própria da política. Uma moralidade que não está vinculada a padrões universais. A partir disso é que podemos perceber os critérios dentro do esquema normativo de Maquiavel que nos permite visualizar a sua ética política. Os critérios são dois: a lealdade do governante que transcende o interesse pessoal e os efeitos da ação política. A lealdade deve ser direcionada ao estado, ao coletivo com o intuito de se estabelecer uma ordem coletiva estável e segura. E ainda, é através da busca destes objetivos que a ação política deve ser julgada. Ou seja, os meios utilizados para obter o objetivo devem ser julgados tendo em vistas os seus efeitos. A ação política deve ser julgada pelos efeitos que produz. Com isso Maquiavel subverte a moralidade cristã. Entretanto não quer dizer que ele se aproxima da moralidade