A c idade antiga

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INTRODUÇÃO
Antes de começar a falar dos objetivos do trabalho propriamente ditos, cabe, a título de contextualização, explicar um pouco do percurso que fiz até o doutorado. É interessante notar como as mudanças de concepções podem ocorrer durante a carreira docente. Aliás, acho que muito antes de decidir que queria ser professora já tinha influências de todo percurso que trilhei como aluna. Sempre estudei em colégios da rede estadual não só porque na época não era comum pagar escola particular, mas principalmente pelas condições socioeconômicas dos meus pais.
Ter ingressado na Universidade de São Paulo para cursar Ciências Biológicas foi muito mais do que opção por uma universidade de excelência e sim por falta de recursos. Não foi fácil viajar de trem e depois de ônibus, todos os dias, durante três anos de Mogi das Cruzes até a Cidade Universitária. Entre três e quatro horas, por dia, para ir e para voltar, num curso integral, firmaram meu propósito de batalha por algo que valha a pena. O curso durou quatro anos, apenas cito três, pois um desses anos morei no alojamento da própria universidade ou na casa de uma tia e de algumas amigas, quase nômade. Voltando ao caráter escolar, fiz minha iniciação cientifica com o professor Dr.
Gilberto Fernando Xavier em psiconeurobiologia mais especificamente, memória.
Nesse trabalho com memória de ratos e drogas, o que mais me chamava a atenção era a aprendizagem. Muitos anos depois, vejo que minha busca já era relacionada com aprendizagem sem mesmo que tivesse percebido isso.
Nunca vou me esquecer do primeiro dia de docência num Colégio Supletivo perto da Universidade. Estudava durante o dia e trabalhava à noite. Aliás, para algumas pessoas eu apenas dava aulas e não trabalhava. Ainda hoje, algumas pessoas me perguntam se só dou aulas ou trabalho. Mais do que parecer piada, isso revela implicitamente o quanto a profissão do professor foi sendo desprestigiada ao longo do tempo. Parece utópico e