A velhice numa perspectiva comparda

REPRESENTAÇÕES SOCIAIS, CULTURA E VELHICE: UM ESTUDO COMPARADO ENTRE AS CIDADES DE NÜRNBERG E MONTES CLAROSMarina da Cruz Silva*
RESUMO
O presente artigo apresenta de forma sucinta os principais achados da pesquisa sobre as experiências do envelhecer para homens e mulheres velhas no Brasil (Montes Claros) e na Alemanha (Nürnberg), realizada ao longo do período compreendido entre 2008 e 2011. O principal objetivo da pesquisa foi investigar a importância da variável sociocultural e das condições socioeconômicas, aliada às categorias classe social, gênero, gerações e raça/etnia no que concerne à representação social da velhice numa perspectiva transcultural. Para tanto, adotou-se abordagem qualitativa e quantitativa (dados secundários sobre as condições de vida na velhice). Ao todo, foram entrevistados 60 pessoas, 30 em cada cidade estudada, sendo desses 15 homens e 15 mulheres acima de 60 anos. Os dados qualitativos revelam semelhanças e diferenças na forma de se conceber e vivenciar a velhice, demonstrando que homens e mulheres refletem e são reflexos das dimensões culturais, sociais e históricas do contexto, onde se encontram inseridos, sendo notórias as conotações atribuídas às categorias de classe, gênero, etnia e geração no contexto de cada cidade estudada.
PALAVRAS-CHAVE: Representação social, velhice, estudos transculturais, gênero.
Introdução
O realce que a temática da velhice e do envelhecimento tem suscitado, nos últimos anos, tanto em nível internacional como nacional, é perceptível através da crescente e contínua produção acadêmica acerca dessa temática, envolvendo as mais diferentes áreas do conhecimento, inclusive as ciências sociais. Todavia, ainda perdura uma série de lacunas, sobretudo na área em destaque, no que tange à compreensão (Verstehen) da velhice e do envelhecimento em contextos socioculturais diferentes, tendo em vista a existência de poucos estudos que tenham se dedicado a analisar as representações sociais da velhice a partir