A utopia

A Utopia – Thomas More

É constante e de grande importância na obra de Thomas More, A Utopia, que em todo o aspecto da vida dos utopienses o autor conduz críticas ao modo de vida de sua sociedade naquela época. More critica principalmente os valores materialistas e egoístas que movem o caráter e a conduta dos seus contemporâneos quando os contrapõe aos valores dos moradores da ilha de Utopia.
Outra característica que permeia toda a obra é a crença do autor na determinação do caráter humano pela sociedade. Fica claro que, para ele, o caráter de um povo, tanto quanto sua prosperidade e valores são relativos ao modo de funcionamento da determinada sociedade em questão, e a maneira como sua cultura influencia diretamente os valores que esse povo estima. Aí, Thomas More assumi uma posição de prescrever o que, em sua opinião é o modo que todas as nações deveriam seguir.
Na ilha fictícia de Utopia, o sistema de governo é representativo e hierárquico, e possui certo caráter regional, embora ainda sim unificado nacionalmente, de modo que toda a ilha seja representada igualmente, mesmo que a maioria das decisões não seja tomada independentemente em cada região. O poder é rotativo, e disponível a qualquer cidadão, pois em Utopia não há nenhum tipo de aristocracia, hereditariedade, ou coisa similar, mesmo que o cargo de príncipe seja vitalício, os filarcos e são eleitos anualmente.
A cultura e as relações sociais entre os cidadãos de utopia são marcadas pela coletividade e igualdade, muito embora usem de escravos, os cidadãos usufruem dos bens que são coletivos, e não guardam tesouros individuais. Não há moeda, o trabalho é feito por todos, e é de escolha pessoal. Os cidadãos são apegados as coisas por sua utilidade, e não há sistema de valor que seja supérfluo.
Outro aspecto importante na obra é que os valores do povo utopiense giram em torno das premissas de busca da virtude e repúdio dos vícios, e são voltados para aqueles que melhor assumem e permitem a garantia da