A SOMBRA NA CONTEMPORANEIDADE: O CULTO EXACERBADO AO CORPO

MARIA DE FÁTIMA SILVA

A SOMBRA NA CONTEMPORANEIDADE
O culto exacerbado ao corpo

Monografia apresentada à FACIS como requisito parcial para obtenção do título de especialista em Psicologia Junguiana.

Brasília
2015

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[...] Somente pela nossa ação é que se torna manifesto quem somos de verdade. Somos como o Sol que alimenta a Terra e produz tudo o que há de belo, de estranho e de mau; somos também como as mães que carregam no seio a felicidade desconhecida e o sofrimento. De início não sabemos o que está contido em nós, que feitos sublimes ou que crimes, que espécie de bem ou mal. Somente o outono revela o que a primavera produziu, e somente a tarde manifesta o que a manhã iniciou. (JUNG, 2012, v/17, p.183)

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RESUMO
A lógica utilitarista que rege a sociedade contemporânea, reduziu o ser humano a objeto de consumo e o desconectou de seu mundo interno. O culto exacerbado ao corpo é produto dessa cultura, alicerçada em princípios de utilidade/inutilidade e no consumo sem limites, onde o indivíduo é induzido a viver na superficialidade, aprisionado no consumo e submetido a uma ordem de valores frágeis e sem significado. No cotidiano atual, o corpo torna-se identidade e a estética ocupa lugar de centralidade. O indivíduo passa a ser reconhecido por atributos de beleza e juventude. Ter um corpo belo, perfeito e eternamente jovem, torna-se um ideal a ser conquistado por todas as camadas sociais, independente de sexo, raça, credo ou posição social. Uma apologia propagada pela mídia e sustentada pela indústria da beleza que inclui academias, salões de beleza, clínicas de estética, cirurgias plásticas e outras intervenções. Para atender aos padrões socialmente impostos o indivíduo vive numa contínua construção e reconstrução do eu visível, submetendo-se a sacrifícios físicos, financeiros e emocionais. Mas ao mesmo tempo em que o corpo moldado integra o indivíduo a sociedade o eu real é impedido de se manifestar. Neste sentido, o culto