A semana de Arte Moderna
Figura incontestável da história da musica brasileira, o compositor Heitor Villa-Lobos nasceu no Rio de Janeiro, em 5 de março de 1887.
Perdeu o pai ainda jovem e, por causa disso, sua mãe, dona Noêmia, teve de trabalhar duro para sustentar a família. A drástica mudança de uma vida estável para uma vida difícil deu a Villa-Lobos uma grande liberdade. Tratou de aproximar-se de seu ídolos, os "chorões", músicos que tocavam chorinho no Rio. Pagava-lhes, sempre que podia, uma dose de pinga, que era financiada por meio da venda dos livros da biblioteca de seu falecido pai.
Durante sua mocidade, Villa-Lobos conheceu e tornou-se grande amigo do pianista polonês Arthur Rubinstein. Os dois encontraram-se pela primeira vez em um Carnaval. Rubinstein, vestido de mulher, fez amizade com Villa-Lobos, que enrolara uma cobra de verdade no pescoço, e foram, os dois, brincar o carnaval. Acabaram na delegacia de polícia.
Como dona Noêmia não abria mão de ver seu filho no curso de medicina, Villa-Lobos acabou se matriculando no curso de preparação para o exame vestibular de medicina, obedecendo as vontades de sua mãe. Porém, o jovem, acompanhado da sabedoria que seus 16 anos de vida lhe garantiam, não queria aquela história para sua vida. Fugiu de casa e foi refugiar-se na casa da tia Fifina, para ter maior liberdade para frequentar os chorões e tocar em pequenas orquestras.
Villa-Lobos fez isso dos 18 aos 26 anos. Viajou pelo Brasil se apresentando como músico e teve um contato cada vez mais intenso com o folclore brasileiro. É nesse período que compôs "Amazonas" e "Uirapuru".
Depois desse período de andanças pelo Brasil, Villa-Lobos retorna ao Rio, em 1913, e sua obra começa a avolumar-se com as composições de "Cânticos