A Segunda Guerra Mundial - Aristides de Sousa Mendes
Este trabalho reflete sobre o papel que representou a cidade de Lisboa durante a Segunda Guerra Mundial, em contraste com uma Europa em Guerra. A Lisboa, afluíam milhares de refugiados que, atraídos pela paz que reinava na cidade, tentavam fugir à Guerra e ali encontrar um refúgio. Na sua passagem por Lisboa, deixavam vestígios dos seus hábitos de vida, muitos considerados estranhos ou incomuns aos olhos dos lisboetas.
Uma primeira abordagem incide na caracterização da cidade de Lisboa, através daquilo que a cidade simbolizava para os refugiados: uma nova casa. Esta abordagem baseia-se também no testemunho vivo de Fini Gradischnig (uma vítima austríaca do pós-Guerra) que chegou a Portugal com cinco anos. Uma segunda abordagem refere-se à ação humanitária do diplomata Aristides de Sousa Mendes, o qual salvou milhares de vidas, apesar do risco de ser perseguido pelo seu próprio governo.
Os refugiados permaneciam na cidade enquanto esperavam um visto que lhes permitisse continuar a sua viagem em direção à América ou a qualquer lugar que ficasse o mais longe possível do inimigo.
Palavras-chave: II Guerra Mundial; Lisboa vs. Europa; Refugiados; Fini Gradischnig; Aristides de Sousa Mendes.
"Diz-se sempre que Portugal não participou na Segunda Guerra Mundial, mas participou, através dos cidadãos.”¹
Salazar conseguiu não só manter Portugal afastado do conflito como também manter os portugueses distantes do ambiente da Guerra. No entanto, durante a II Guerra Mundial, Portugal era considerado uma ilha com luz que “se iluminava à noite numa Europa às escuras, aos olhos dos visitantes.”² Parecia um lugar irreal, uma espécie de paraíso claro e triste para os refugiados que ali chegavam.
Lisboa transformou-se no centro do mundo para os que desejavam afastar-se da Europa em Guerra, bem como num porto de esperança para os refugiados do regime nazi: perseguidos políticos, espiões de ambos os lados do conflito e jornalistas,