A Riqueza Na Riqueza Das Na Es
A fim de lançar bases para a compreensão da riqueza na sociedade capitalista, em especial os limites ao gênero humano que emergem dela, o presente artigo retoma os escritos de Adam Smith sobre riqueza. Em particular, o artigo propõe um exame do livro Riqueza das Nações por ser a obra na qual o autor dedica-se, dentre outras temáticas, à defesa do que é riqueza na sociedade de seu tempo, esmiuçando o princípio geral que define esta riqueza e as causas fundamentais para a expansão dela. Através da recuperação deste princípio geral e das causas fundamentais para a geração e a expansão da riqueza, mostrar-se a maneira pela qual Smith apreende e conceitua a riqueza em sua época. Efetuada essa demonstração, objetiva-se expor a concepção de progresso, expressa na defesa de determinado comportamento humano, que emerge do modo como o autor apreendeu e conceituou a riqueza. Da demonstração da relação entre riqueza e progresso, discute-se o fundamento desta relação em Smith a fim de pensar, a partir deste fundamento, tanto a maneira de apreender e conceituar a riqueza na sociedade capitalista quanto os limites ao progresso que podem emergir do modo como se compreende esta riqueza.
Deve-se, em primeiro lugar, ter em mente que a divisão do trabalho, a propriedade privada e a troca não são conceitos esparsos na Riqueza das Nações. Ao contrário, são categorias articuladas entre si e constitutivas do cerne da concepção de riqueza de Smith. O aumento das forças produtivas do trabalho é proporcionado pela divisão do trabalho porque a fragmentação do trabalho permite ao indivíduo se especializar na melhor de suas habilidades.3 A especialização do indivíduo em um trabalho particular depende, por um lado, da capacidade do indivíduo de reunir as condições para se manter durante (e reproduzir) o processo produtivo – até porque, todo o seu tempo estará dedicado a um único trabalho, o que impede a produção para sua subsistência – e, por outro lado, da