A revolta da vacina
Era desejo dos primeiros governos republicanos transformar o Rio de Janeiro na ‘’ capital do pregresso ‘’, uma espécie de cartão-postal que mostrasse ao país e ao mundo ‘’o novo tempo ‘’da república.
Coube ao presidente Rodrigues Alves a decisão de reformar e modernizar o Rio de Janeiro. As obras de modernização da cidade foram comandadas pelo prefeito Pereira Passos, e incluíam o alargamento das principais ruas do centro, a construção da avenida Central (atual avenida Rio Branco) a ampliação da rede de água e esgotos e a remodelação do porto.
Os cortiços e os casebres dos bairros centrais foram demolidos: a população que morava nesses locais foi desalojada e passou a viver em barracos nos morros do centro ou em bairros distantes di subúrbio.
O governo federal concentrava quase todas as suas atenções e recursos para a reforma da capital.
Combater as epidemias era um dos principais objetivos, e o médico sanitarista Oswaldo Cruz, doutor da saúde pública, convenceu o presidente a decretar a lei da vacinação obrigatória contra a varíola.
A população, entretanto, não esclarecia sobre a necessidade da vacina. Diversos setores reagiram à obrigatoriedade da medida: havia os que defendiam a aplicação de injeções em mulheres era imoral, ou que a obrigatoriedade ia contra a liberdade individual. Outros, ainda, não compreendiam como uma doença poderia ser evitada com a introdução de seu próprio vírus no corpo.
O descontentamento dos setores afetados pela demolição dos cortiços, a impopularidade do governo e a obrigatoriedade da vacinação provocaram uma grande revolta popular que explodiu nas ruas do Rio de Janeiro no período de 12 a 15 de novembro de 1904. Os políticos e os militares de oposição