A Revolta Componesa na Alemanha

2991 palavras 12 páginas
A Revolta Camponesa de Thomas Munzer e Martinho Lutero

“Assim como, nas relações sociais e políticas gerais daquela época, os resultados de qualquer modificação tinham de redundar necessariamente em proveito dos príncipes e aumentar o poder deles, assim também a Reforma burguesa, quanto mais ela se separava dos elementos plebeus e camponeses, tanto mais tinha de cair sob o controle dos príncipes reformados. O próprio Lutero tornou-se cada vez mais o servo deles, e o povo sabia muito bem o que fazia ao dizer que ele tinha se transformado num lacaio dos príncipes e ao persegui-lo a pedradas em Orlamunde.

Ao estourar a guerra camponesa, e isso em regiões onde príncipes e nobres eram na maioria católicos, Lutero procurou assumir uma atitude conciliadora. Atacou decididamente os governos. Eles é que seriam culpados do levante por suas opressões; não os camponeses estariam se levantando contra eles, mas Deus mesmo. O levante também seria ímpio e contrário ao Evangelho, era dito do outro lado. Finalmente, ele aconselhou a ambos os partidos que fizessem concessões e se reconciliassem amigavelmente.

Mas o levante, apesar desses conselhos bem-intencionados e reconciliadores, estendeu-se rapidamente, atingiu até regiões protestantes dominandas por príncipes, senhores e cidades luteranos e cresceu rapidamente para além da reforma “razoável”. Nas cercanias mais próximas de Lutero, Turíngia, a fração mais radical dos insurretos, sob o comando de Munzer, estabeleceu o seu quartel general. Mais alguns êxitos e toda a Alemanha estaria em chamas, Lutero estaria cercado, talvez executado como traidor, e a Reforma Burguesa seria arrastada embora pela revolução camponesa-plebéia. Não havia mais o que pensar. Ante a revolução, todas as antigas inimizades foram esquecidas; em comparação com as hordas de camponeses, os servidores de Sodoma romana eram inocentes cordeiros, mansos filhos de Deus; e burgueses e príncipes, nobre e padrecas, Lutero e o Papa se uniram “contra as

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