A Revolda dos Malês

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A revolta dos Malês

A Revolta dos Malês foi um levante de escravos africanos das etnias hauçá e nagô, de religião islâmica, organizados em torno de uma proposta principal: a libertação imediata dos demais escravos africanos.
As autoridades policiais vinham proibindo qualquer tipo de manifestação religiosa em Salvador. Concomitantemente, a mesquita da "Vitória" – reduto dos negros muçulmanos – foi destruída e dois importantes chefes religiosos da região foram presos pelas autoridades. Dessa maneira, os malês começaram a arquitetar um motim programado para o dia 25 de janeiro de 1835. Nesta data, era programada uma festa religiosa na cidade Bonfim que esvaziaria as ruas de Salvador dando melhores condições para a deflagração do movimento. Naquela mesma data, conforme a tradição local, os escravos ficariam livres da vigilância de seus senhores.
Os principais personagens desta revolta, além de Luísa Mahin, mãe do poeta negro abolicionista Luiz Gama, eram negros islâmicos que exerciam atividades livres, conhecidos como negros de ganho (alfaiates, pequenos comerciantes, artesãos e carpinteiros). O termo "malê" derivado iorubá "imale", designando o muçulmano.
Os revoltosos, aproximadamente 1500, estavam insatisfeitos com a escravidão africana e com a imposição do catolicismo como religião obrigatória, além do preconceito que sofriam enquanto negros. Objetivamente, tinham como objetivo principal à libertação dos escravos. Queriam também acabar com o catolicismo como religião obrigatória (religião imposta aos africanos desde o momento em que chegavam ao Brasil); também queriam o confisco dos bens dos brancos e mulatos e a implantação de uma república islâmica.
O plano era simples: os revoltados sairiam do bairro de Vitória (Salvador) e se reuniriam com outros malês vindos de outras regiões da cidade. Invadiriam os engenhos de açúcar e libertariam os escravos. Arrecadariam dinheiro e comprariam armas para os combates. Ao que consta nos registros históricos, o plano

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