A república
A República está dividida em dez livros ou diálogos em que Platão discorre sobre seu pensamento sobre o Estado ideal, que também expressa sua doutrina sobre o homem ideal. Serve-se da figura de Sócrates como personagem principal. Este trava com seus interlocutores profundos debates sobre diversos temas, desde o discurso sobre a superioridade da justiça em relação à injustiça, passando pela construção da cidade ideal com todos os seus elementos, com destaque para figura e a importância dos filósofos, às reflexões metafísicas sobre os dois mundos, o sensível e o inteligível, até chegar às conclusões sobre o destino da alma.
Introdução
Quem é Platão? Nasceu em Atenas, em 428/427 a.C. Arístocles era seu verdadeiro nome. Descendente do rei Codro e de Sólon, possuía inclinação natural à vida política. Segundo Aristóteles, Platão foi inicialmente discípulo de Crátilo, seguidor de Heráclito e, posteriormente, de Sócrates. Decepciona-se com os métolos utilizados na política de seu tempo, no regime oligárquico comandado por Cármides e Crítias. Inicia um período de viagens, após o qual, funda a Academia, escola que viria a adquirir grande prestígio em pouco tempo. Escreve várias obras, entre as quais destacam-se: Fedro, Teeteto, Banquete, Filebo, Protágoras, Górgias, República, a obra em questão. Pelo conjunto de sua obra e seu legado, situa-se entre os maiores pensadores de todos os tempos. 1
A República, obra prima de Platão. Com maestria, através dos discursos de Sócrates, descreve-se na República as diversas concepções políticas então conhecidas, contrapondo-as com a ideia de um Estado perfeito. Rejeita inteiramente como inadequadas para sua cidade ideal a visão mítica de mundo, presente nos poetas, como também a influência dos sofistas para a educação política do homem grego. As distinções e categorias presentes nas concepções sobre o Estado fazem referência àquelas que existem em cada homem. Assim, oligárquico, democrático, tirânico e real é o Estado,