a razão
Durante séculos, a Filosofia ofereceu duas respostas para explicar de onde vieram os princípios racionais, a capacidade para a intuição e para o raciocínio, se nascemos com eles ou se teriam sido dados pela educação e costume, ou até se seriam adquiridos através da experiência. A primeira ficou conhecida como inatismo e a segunda, como empirismo.
3.1 Inatismo
O inatismo afirma que nascemos já trazendo em nossa inteligência não só os princípios racionais, mas também algumas idéias verdadeiras, que, por acompanharem o homem desde seu nascimento, são idéias inatas.
O inatismo teve como principais defensores os filósofos Platão (séc. IV a.C.) e Descartes (sec. XVII). Para o pensador grego, a validade do inatismo é legitimada por sua teoria das idéias, que afirma nascer o homem com a razão e as idéias verdadeiras, de modo que a Filosofia, enquanto atitude de conhecimento, nada mais faz do que relembrar sobre essas idéias.
3.1.1 Inatismo platônico
Platão defende a tese do inatismo da razão em várias de suas obras, mas as passagens mais conhecidas estão nos diálogosMênom, em que Sócrates dialoga com um jovem escravo analfabeto, fazendo-lhe perguntas certas na hora certa até demonstrar sozinho um difícil teorema de geometria, e A República, em que Platão desenvolve uma teoria que já fora esboçada no Mênon, a teoria das idéias verdadeiras, e que a Filosofia nada mais faz do que nos relembrar essas idéias.
"Conhecer, diz Platão, é recordar a verdade que já existe em nós; é despertar a razão para que ela se exerça por si mesma. Por isso, Sócrates fazia perguntas, pois, através delas, as pessoas poderiam lembrar-se da verdade e do uso da razão. Se não nascêssemos com a razão e com a verdade, indaga Platão, como saberíamos que temos uma idéia verdadeira ao encontrá-la? Como