A questão agrária

Com o advento do capitalismo no meio rural, a partir do século XIX, foi intenso o debate entre teóricos marxistas, burgueses, social-democratas e populistas sobre o futuro do campesinato. Em sua maioria, essas previsões indicavam que a pequena propriedade como modo de produção estava prestes a se extinguir, pois era somente um resquício feudal que logo cederia lugar às formas capitalistas de produção.
O fato de Karl Marx não ter terminado O Capital e discorrido de forma mais detalhada sobre o camponês e suas especificidades, fez com que autores marxistas interpretassem ou até mesmo fizessem uma espécie de ''continuação'' de sua obra. A partir de então diversas teorias foram criadas, divergentes entre si, sobre o futuro do campesionato e seu papel em prol de um regime socialista vindouro. Neste trabalho, serão apresentadas duas dessas teorias, a primeira é defendida pelo social-democrata Karl Kautsky onde o camponês é fadado ao desaparecimento, e a de Chayanov, que defende o campesinato como classe que por suas características únicas, é resistente ao capital.

Desenvolvimento do capitalismo no campo e teorias sobre o futuro do campesinato.
Estando o camponês imerso em modo de produção repleto de contradições, sua organização social histórica e a não superação do ciclo biológico na agricultura garantiram sobrevida a esta categoria secular em pleno século XXI.

“O campesinato não é uma classe, mas uma noção”.
G. Plekhanov

A história nos mostra que muitos foram os que tentaram entender o modo de vida camponês em suas mudanças e permanênciasA sociedade tradicional ou camponesa é definida pelo seu relativo isolamento econômico, cultural e político, dada a fraca comercialização dos produtos e sua auto-suficiência. Sua inserção na sociedade nacional se dá geralmente por uma tênue subordinação política e administrativa, exercida por mediadores que se constituem a partir de relações de patronagem e