A Queda - Os últimos dias de Hitler
A Queda – os últimos dias de Hitler por: Placido Rios Moreira Junior
Tendo o ator Bruno Ganz a frente do excelente elenco alemão, Oliver Hirschbiegel pretende, em seu filme “A Queda”, mostrar os últimos dias de Hitler durante a invasão soviética sobre Berlim. Grande parte do filme se passa no interior do bunker subterrâneo onde Hitler vive seus momentos finais junto ao seu Estado Maior.
Sem se preocupar em elaborar uma superprodução hollywoodiana, Hirschbiegel pretende com o filme, na verdade, uma visão mais intimista, onde se destacam os atores, as personagens e não as batalhas.
A estética de “A Queda” proporciona um aspecto documental ao filme, com os depoimentos de Tradle Junge, aliados a movimentação de câmeras, ao cenário entre outros fatores. Esse conjunto ajuda a reforçar o realismo almejado pelo diretor.
O filme aborda, dentre outras questões, a humanização do mito, isto é, um Führer visualizado como uma criatura atormentada por males físicos e psicológicos. Nesse sentido podemos destacar sua doentia idealização da Alemanha e de seu povo, bem como a maneira que ele a encara frente a derrota iminente. Outro ponto a ser levantado está ligado à relação de Hitler com os generais do exército regular e as tropas SS; além da divisão de opiniões entre os berlinenses acerca do apoio a causa nazista, assim como os reflexos disso para a população nos instantes próximos a capitulação.
No entanto, mesmo contando com um grande elenco, com uma abordagem bastante peculiar do Führer e sua visão do conflito, com uma indicação ao Oscar de Melhor
Filme Estrangeiro, e uma ao European Film de Melhor Ator (Bruno Ganz), o filme não teve a divulgação que merecia no circuito brasileiro, sendo, contudo, muito bem aceito por aqueles que o assistiram.
Quanto ao diretor, Oliver Hirschbiegel, podemos dizer que este nasceu em Hamburgo,
Alemanha, em 1957. Após estudar culinária na Wadorf School, embarcou em um navio
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