A posição (psicanalítica) do terapeuta no filme K-PAX

A posição do terapeuta no filme K PAX
Referencial: Psicanálise

O filme mostra o caso de um homem, chamado Prot, encaminhado ao Instituto de Psiquiatria de Nova York, com um primeiro diagnóstico de psicose. Ele se dizia vindo de um planeta muito distante chamado K PAX, buscando fazer um reconhecimento sobre diferentes locais da Terra.
O terapeuta, o psiquiatra Mark, buscou conhecer melhor a história deste paciente, que afirmava não ser humano, logo, não tinha família, amigos, história pregressa, enfim, nenhum vínculo com o mundo.
O questão diagnóstica é importante para a psicanálise. Uma vez que seu diagnóstico era psicose, não foi utilizado o divã, pois ele é utilizado em casos de neurose, para desestruturar o ego e deixar o inconsciente se manifestar. Num quadro de psicose o paciente pode piorar, pois se ego já está desestruturado.
Diante de um quadro de psicose, um psicólogo de orientação psicanalista não trabalhará com interpretações ou associação livre, visando entender a lógica do inconsciente.
O médico utilizava técnicas de confronto, para mostrar ao paciente que suas idéias não eram verdadeiras (por exemplo, “como você fez para viajar de tão longe até a Terra?”).
O delírio estava bem estruturado, o paciente tinha resposta conectiva para todas as perguntas. Foi utilizada a hipnose para acessar a memória deste paciente e assim foram reveladas algumas informações valiosas e, depois de muita pesquisa, foi possível conhecer sua história.
O paciente havia sofrido um trauma, sua esposa tinha sido estuprada e juntamente com a filha, morta. Ao chegar em casa, depois do trabalho, o marido viu o agressor e a cena. Desconcertado, matou o vilão. Depois tentou se suicidar, se atirando no rio.
Sobreviveu. E para sobreviver psicologicamente ao sofrimento, ele tentou se reestruturar através do delírio de que não era desse mundo, assim como não tinha ligações afetivas. Recalcou seu passado. Como Freud afirmava, a formação do sintoma tem a ver com o sentido