A planificação da economia
Resumo: Como saída para crise capitalista dos anos de 1930 e da crise de guerra aberta com o segundo conflito mundial (1939-1945), o então presidente da FIESP (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Roberto Simonsen, propõe ao governo de Getulio Vargas a total intervenção do Estado na economia, mediante um amplo projeto de planificação econômica para o país. Para ele, aquele seria o momento para o governo brasileiro enterrar de vez a orientação econômica liberal e dar vez a intervenção do Estado na economia. Além de apresentar como Simonsen atuou politicamente para colocar em prática sua proposta de intervenção de Estado, torna-se imprescindível, neste artigo, dar espaço à polêmica travada entre Roberto Simonsen e o professor de Finanças da Faculdade de Ciências Econômicas do Rio de Janeiro, Eugênio Gudin, a respeito do planejamento da economia nacional. Palavras chave: economia, Estado, liberalismo, intervencionismo, planejamento.
1. A era do intervencionismo
A intervenção do Estado na economia foi adotada em quase todo o mundo capitalista após a crise de 1929. No enfrentamento da crise capitalista em cada país, o intervencionismo tomou as mais diversas formas. Em alguns casos, assumiu uma feição extremamente nacionalista, como o nazi-fascismo alemão e o fascismo italiano. Em outros, como o New Deal americano, foi menos traumático politicamente, mas economicamente bem determinado. Seria desnecessário discorrer aqui sobre as demais formações nacionais, cuja direção política foi o corporativismo de Estado, pois o intuito desse artigo é esclarecer que a proposta ou idéia simonseniana de intervenção do Estado na economia não foi uma idéia fora de lugar ou de contexto. Pode-se adiantar que se o século XX não foi exatamente o século do corporativismo, como queria o economista romeno Michael