A passagem do pensamento mítico para o flisosófico-científico (resumo cap. 1, A, Iniciação à História da Filosofia, Danilo Marcondes)

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A. A passagem do pensamento mítico para o filosófico-científico

A filosofia consiste numa forma de pensamento que nasce na Grécia antiga, por volta do século VI a. C.. Esta consiste numa das raras unanimidades entre os historiadores da filosofia e especialistas na área. Aristóteles parece ter dado início a tal concepção, quando definiu Tales de Mileto como o primeiro filósofo. Mas o que é que torna a forma de pensamento originada por Tales e seus discípulos tão especial a ponto de inaugurar o que veio a ser denominado “filosofia”?
Não que não houvesse pensamento antes de Tales e do surgimento da filosofia: os diferentes povos da antigüidade tiveram também visões próprias da natureza e quanto aos processos e fenômenos desta. Entretanto, somente nos gregos é que se encontra algo que podemos denominar ”ciência”, podendo ser definido, pelo menos nesta fase inicial, de pensamento “filosófico-científico”.
Ao pensamento filosófico antecedeu o pensamento mítico. E isto deu-se mesmo na Grécia-berço-da-filosofia. Para se compreender o aparecimento da filosofia, é importante contrastá-la com o pensamento mítico.
O pensamento mítico consiste em uma forma fantasiosa, normalmente apelativa ao sobrenatural, ao mistério, ao sagrado, pela qual um povo explica aspectos da realidade em que vive, como a origem do mundo, a origem do próprio povo, ... O próprio termo grego mythos tem como um de seus significados “mentira”. São os deuses, o destino, que governam a tudo, servindo de intermediários a tais forças os sacerdotes, os oráculos e os rituais religiosos. E é neste ponto justamente que se encontra evidente paradoxo no pensamento mítico: tentando explicar o real, ele recorre àquilo que encontra-se fora do espectro de compreensão humana, inviabilizando, assim, o acesso ao pleno conhecimento.
O mito tem origem essencialmente em uma tradição cultural, não sendo, portanto, fruto da elaboração criativa de um único indivíduo. Desta forma, sua origem cronológica é indeterminada, e

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