A noção de epokhé no ceticismo pirrônico

2406 palavras 10 páginas
Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Lógica Dialética I

“A noção de epokhé no ceticismo pirrônico”

Fábio Junqueira Lombardi Miranda
2013/1

A noção de epokhé é central para a compreensão, do ceticismo pirrônico, como os céticos alcançam a tranquilidade da alma (ataraxia) mediante seu uso. Investigaremos aqui, qual a sua origem e quais as mudanças sofridas por esta noção até chegar à definição usada por eles. O ceticismo pirrônico (pirróneios) também foi caracterizado como aporético (aporetiké); investigativo (zetetiké); e também como suspensivo (ephektiké). Porém, é a noção de suspensão do juízo (epokhé) que é mais usada tecnicamente e de modo fundamental no ceticismo. Segundo Sexto Empírico:
“A orientação cética recebe o nome de Zetetiké (investigadora) devido a sua atividade de investigação e observação, ephektiké (suspensiva) pela disposição de ânimo que se produz no cético depois da investigação, aporética pelo seu hábito de duvidar e investigar tudo, ou como dizem alguns, por sua indecisão a respeito do assentimento ou da negação... (SEXTO EMPÍRICO, I, 1-3).”
Levando o cético pirrônico a suspender o juízo (epokhé) diante da impossibilidade da escolha sobre argumentos equivalentes acerca de qualquer questão, “... e pirrônicas porque nos parece que Pirro se entregou ao ceticismo de forma mais consciente e mais manifesta que os outros que o precederam”. (SEXTO EMPIRICO, I, 1- 4.).
A noção de epokhé não é criação do ceticismo pirrônico, pois recorrendo a história da filosofia constatamos que tal noção já era usada pelos estóicos. E para evitar confusão entre ambas filosofias e entender o objeto de discussão, há a necessidade de explicar como os estóicos contribuíram para a fundamentação do ceticismo mediante a noção de epokhé. Isto fica evidente em algumas passagens do primeiro livro das Hipotiposes pirrônicos de Sexto Empírico.
Sexto Empírico divide as Hipotiposes em duas partes: a primeira versa

Relacionados

  • Ceticismo
    9364 palavras | 38 páginas
  • Oswaldo Porchat, a Filosofia e algumas “necessidades de essência” roberto bolzani filho
    15508 palavras | 63 páginas
  • LuizEva Cad181
    12618 palavras | 51 páginas
  • o sujeito de conhecimento
    123827 palavras | 496 páginas