A Nação

BAUER, Otto. A Nação. In: Um Mapa da questão nacional. Org: Gopal Balakrishnan. Tradução Vera Ribeiro- Rio de Janeiro: Contraponto, 2000. Pág. 45-83. 1-A ideologia nacional e o romantismo nacional nos afetam a todos, e pouco de nós podemos pronunciar em alemão a palavra “nacional” sem lhe dar um tom singularmente emotivo. Qualquer um que pretende compreender e criticar a ideologia nacional tem que encarar a questão da essência da nação.
1.1-A questão da nação só pode ser abordada a parti do conceito de caráter nacional. Definamos o caráter nacional, provisoriamente, como o complexo de características física e mentais que distinguem uma nação de outro;para além disso, todos os povos têm características comuns que reconhecemos mutuamente como humanas, embora, por outro lado, as classes, profissões e indivíduos específicos de cada nação tenham propriedades individuais, características especiais que os distinguem uns dos outros.
1.2-Não constitui objeção ao conceito da caráter nacional que as diferenças entre as nação sejam explicáveis a partir das diferenças entre seus destinos, sua luta pela vida ou sua composição social. Kautsky, por exemplo, procura explicar a obstinação e a firmeza dos russos pelo fato de a massa do povo russo compor-se de camponeses; a agricultura, por toda parte, produziram naturezas toscas, mas firmes e obstinadas. Isso não equivale a negar a existência de um caráter nacional especificamente russo; antes, procurava explicar as peculiaridades nacionais dos russos.
1.3-A nação tem um caráter nacional. Mas esse caráter nacional significa apenas uma comunhão relativa de traços no modo de comportamento de cada indivíduo; não é uma explicação dos modos de comportamento desses indivíduos. Ao estabelecer a variação do caráter nacional, a ciência não resolveu o problema da nação, mas simplesmente o enuncio. O que a ciência tem que apreender é como surge essa relativa comunhão do caráter, como todos os membros de uma