A música na ditadura
Durante a ditadura militar a censura era forte, pessoas que participavam de qualquer manifestação ou organização que se opunham ou questionavam o governo eram mortas, exiladas, torturadas ou até mesmo desapareciam. Um dos aparelhos repressores da época era o DOI-CODI. Porém a população usava vários artifícios para expor suas revoltas com o governo. Um dos artifícios era a música, usada para atingir as grandes massas, ousando a falar o que não era permitido à nação. Alguns compositores que expressavam a sua indignação nessa época era Chico Buarque por exemplo com cálice e apesar de você, Caetano Veloso com é proibido proibir, Gilberto Gil, Geraldo Vandré, Elis Regina com o bêbado e a equilibrista, Raul Seixas com mosca na sopa, entre outros. Nas letras das canções, vinham questionamentos e indignações sobre o Estado que regia o Brasil naquele período. Diante da força dos festivais da MPB, no final da década de sessenta, o regime militar vê-se ameaçado. Movimentos como a Tropicália, com a sua irreverência mais de teor social-cultural do que político-engajado passou a incomodar os militares. A censura passou a ser a melhor forma de a ditadura combater as músicas de protesto e de cunho que pudesse extrapolar a moral da sociedade dominante e amiga do regime. Com a promulgação do AI-5, em 1968, esta censura à arte institucionalizou-se. A MPB sofreu amputações de versos em várias das suas canções, quando não eram totalmente censuradas. Mas para censurar a arte e suas vertentes, como a música, foi criada a Divisão de Censura de Divisões Públicas (DCDP), toda canção antes de executada em meios públicos passavam pela DCDP, para ser censurada, ou não. As censuras da DCDP se davam por critérios tanto políticos, ou proteção à moral vigente, como por simplesmente não perceberem o que o autor queria expressar.
Por causa da forte censura, as músicas eram compostas por metáforas ou no trecho que era censurado, colocavam palavras sem sentido com o resto