A MÁQUINA

O filme Tempos Modernos, de Charles Chaplin, retrata a vida de um operário que trabalha na linha de montagem de uma indústria, na função de apertar parafusos. Como era preciso mostrar resultados, ele efetuava movimentos repetitivos e constantes, com o ritmo comandado pelas máquinas.
Essa indústria seguia um sistema de divisão do trabalho descrito por Taylor e Ford, em que o trabalhador era ultra especializado em tarefas repetitivas e passava por um controle do tempo gasto em sua execução, para que assim, atingisse a eficiência e a eficácia desejadas.
O operário, personagem principal do filme, interpretado por Charles Chaplin, é um trabalhador que manuseia a máquina e, após o término da sua jornada, se comporta como se ainda estivesse exercendo a função. O controle capitalista sobre ele é tanto, que com o excesso de trabalho, fica louco e é internado em um sanatório. Ao retornar, depara-se com a crise de 1929, em razão da qual toda a parte industrial estava falindo e o país passava por uma grande miséria.
Esse clássico destaca a vida nos Estados Unidos nos anos 30. Com isso, Charles Chaplin consegue transmitir como é clara a visão do sistema Taylorismo-Fordismo que se caracteriza por um único modelo de produção, com o objetivo de reduzir os custos e ampliar o mercado consumidor, tornando o trabalho rotineiro e extremamente repetitivo.
É importante salientar que muito do que é visto hoje nas empresas, de modo geral, tem origem nesse sistema, tal como a especialização do colaborador e os prêmios como recompensa aos bons resultados obtidos.
Portanto, o Taylorismo-Fordismo ao mesmo tempo em que foi prejudicial ao operário, no que diz respeito à exploração do seu trabalho no início do século XX, também trouxe a inovação e firmou o que hoje vemos dentro das empresas em termos de organização hierárquica e de trabalho.