A literatura e a vida

Texto: A literatura e a vida, de Mario Vargas Llosa.

A literatura está sendo suprimida da vida do homem moderno, reduzida a uma mera ferramenta de entretenimento para preencher as horas vagas de nosso cotidiano, é o que problematiza Mário Vargas Llosa no texto A literatura e a vida. No entanto, o autor defende que o texto literário “além de um dos mais enriquecedores afazeres do espírito” é uma “atividade insubstituível para a formação do cidadão” e que deve estar presente no currículo escolar como uma disciplina básica.
A partir da discussão sobre o texto de Vargas Llosa e de nossas experiências enquanto leitores, professores e eternos aprendentes, podemos elencar diversos argumentos em defesa da literatura. Começaremos falando da contribuição da literatura para a formação do cidadão:
A literatura ajuda a compreender e valorizar as diferenças étnicas e culturais existentes, além de fornecer ao leitor referências críticas e estéticas das relações humanas que o ajudam a raciocinar, refletir e atribuir significado sobre o mundo ao seu redor. Seres humanos críticos e reflexivos, capazes de entender e respeitar as diferenças, são o que o mundo precisa para evoluir em harmonia, e a boa literatura é uma ferramenta potencial para formação desses cidadãos.
Ainda nesse sentido, a literatura contribui por seu caráter integrador. Por tratar das relações e do comportamento humano, a literatura torna-se atemporal e funciona como um elo entre diferentes povos, culturas e sociedades. Nos dias de hoje, uma discussão sobre as obras de Shakespeare, Eça de Queirós, ou Machado de Assis, por exemplo, não se tornaria anacrônica, ao contrário, tais obras sempre se mantêm no presente e transcendem qualquer limite geográfico, temporal ou cultural por ter como tema principal o ser humano. Outro aspecto em que a literatura contribui para o desenvolvimento humano é no plano da linguagem. Uma pessoa que não lê pode até ter boas ideias, mas não saberá expressá-las com a mesma precisão