A linguagem e o ser
Libras
Discente: Eder Tadeu Marcato
R.A. 1263752
Curso: Filosofia – 2º semestre
Polo: Araraquara
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A linguagem e o ser
Para refletir sobre a dificuldade que a ausência da linguagem impõe às pessoas surdas é necessário recorrer à importância da linguagem na existência do ser humano. Citando Hjelmslev, Marilena Chauí em sua obra Convite à Filosofia, discorre sobre a importância da linguagem: A linguagem é inseparável do homem, segue-o em todos os seus atos.
O instrumento graças ao qual o homem modela seu pensamento, seus sentimentos, suas emoções, seus esforços, sua vontade e seus atos, o instrumento graças ao qual ele influencia e é influenciado, a base mais profunda da sociedade humana. (CHAUÍ, 2001, p.137) Diante do exposto, pode-se inferir que a ausência da linguagem nos primeiros anos de vida limita a percepção de mundo das pessoas surdas, pois ela permite dar formas ao pensamento e assim são estimuladas a compreender o mundo a sua maneira, adquirindo possibilidades de inserção ao meio no qual estão inseridas. Além disso, crianças surdas que não desenvolveram a linguagem sofrem por não entender seus sentimentos e emoções, pois não podendo se comunicar não conseguem decodificar o que sentem e, dessa forma, também são impossibilitadas de partilhar suas dificuldades. Outra dificuldade encontrada pela ausência de linguagem está relacionada à pré-elaboração dos seus atos, de suas vontades e dos esforços para alcançá-los, porque desprovido de tal necessidade não possuem consciência sobre as questões relacionadas ao seu papel na sociedade. Faz parte da essência da vida em sociedade a interação e trocas entre os indivíduos. Ora o meio influencia, ora é influenciado. Nessa relação dialética, o indivíduo, que não obtém acesso à linguagem, está condicionado a não ter participação ativa sobre o meio no qual está inserido. Portanto, para que haja o desenvolvimento do ser humano,