A imagem urbana como poesia

6363 palavras 26 páginas
A IMAGEM URBANA COMO POESIA

A cidade como elemento matricial da poesia lírica: o flâneur e a flânerie.
Seria impossível abordar a obra de Baudelaire, e Walter Benjamin compreendeu-o bem, sem analisar os conceitos de flâneur e de flânerie. É através do olhar do flâneur que a cidade de Paris é transfigurada poeticamente por Baudelaire, mediante o estado de spleen, de que se falará adiante.
Paris constitui-se como objeto arquitetônico privilegiado por Benjamin e a que o autor recorre constantemente, quer para situar Baudelaire, quer para caracterizar e compreender a sua obra, do ponto de vista da sua modernidade, é a nova cidade, após a sua reconstrução, tal como ela foi levada a cabo por Haussmann, no século.
XIX. Esta era constituída por largas avenidas e passeios amplos, que permitiam ao parisiense uma nova relação com a cidade e com a arquitetura. Ela foi reconstruída mediante novos traçados, através de uma reestruturação fundiária, de construção de infraestruturas, assim como a construção de equipamentos e de espaços livres.
A esquematização da nova cidade cria uma cidade com luz, espaço e revaloriza, enquadrando, os monumentos. A maior parte daquilo que será o alvo essencial da obra de Benjamin, as galerias, construíram-se nos quinze anos a seguir a 1822.
Associadas ao aparecimento da nova arquitetura e dos novos elementos construtivos, o ferro e o vidro, surgem os precursores dos grandes armazéns, a que se chamam os armazéns de novidades. “Estes armazéns e, por conseguinte, as galerias parisienses, converteram-se num polo de atração turística, como o afirma Benjamin, com base na leitura de um guia ilustrado de Paris nessa época.”
O aparecimento das galerias coincide igualmente com o dos panoramas, os quais se constituem, como "a expressão de um sentimento novo da vida." O citadino, através dos panoramas, tenta introduzir o campo na cidade e nos panoramas
(aspecto que será importante na análise do tema do flâneur e da flânerie) a vida

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