a ilha dos amores
Nesses cantos, é relatada a vontade da deusa Vénus em premiar os heróis lusitanos, com um merecido descanso e com prazeres divinos, numa ilha paradisíaca, no meio do oceano, a Ilha dos Amores. Nessa ilha maravilhosa, os marinheiros portugueses podiam encontrar todas as delícias da Natureza e as sedutoras Nereidas, divindades das águas, irmãs de Tétis, com quem se podiam alegrar em jogos amorosos. Durante um banquete oferecido aos Portugueses, a ninfa Sirena canta as profecias sobre a gente lusa que incluem as suas glórias futuras no Oriente. Em seguida, Tétis, a principal das ninfas, conduz Vasco da Gama ao topo de um monte "alto e divino" e mostra-lhe, de acordo com a cosmografia geocêntrica de Ptolomeu, a "máquina do mundo", uma fábrica de cristal e ouro puro, à qual apenas os deuses tinham acesso, e que se tornou também num privilégio para os Portugueses. Tétis faz a descrição da máquina do mundo e prediz feitos valorosos, prémios e fama ao povo português. Depois do descanso merecido, os Portugueses partem da ilha e regressam a Lisboa.
Episódio da Ilha dos Amores
O episódio da Ilha dos Amores localiza-se no final do canto IX e dá-se durante a viagem de regresso da armada portuguesa responsável pela pioneira jornada que ligou Portugal à Índia por mar. Dirigiam-se para a pátria os navegadores lusitanos autores de tão grandioso feito quando avistaram a Ilha Namorada deslocando-se ao seu encontro. A localização geográfica da Ilha não é mencionada porque não é revelante, o que importa é que ali foi conduzida por Vénus para se cruzar com a armada portuguesa.
Assim, os portugueses depararam-se com uma ilha paradisíaca de paisagens exuberantes que lhes proporciona o merecido descanso e oferece prazeres raramente dirigidos aos mortais. Neste território, podem os homens satisfazer todos os sentidos, quer através dos inúmeros manjares disponíveis,