A Herança Imaterial
Levi, Giovanni. A Herança Imaterial: Trajetória de um exercício no Piemonte do século XVII. Tradução: Cynthia Marques de Oliveira. Rio de Janeiro: Civilização brasileira, 2000.
Geraldo de Sousa Paiva Junior1
Giovanni Levi é considerado um dos fundadores e um dos pioneiros da Micro-História italiana, é professor de História Moderna. Conduz à Micro-História pelo viés social e econômico, ensinou em várias universidades, entre essas universidades está a de Turim.
O autor busca analisar as trajetórias de uma aldeia do Piemonte, Santena. A parte de técnicas de reconstrução das vivências biográficas dos habitantes, nas quais sobreviveram nos registros históricos. Ele faz uma apreciação das relações “socioeconômicas” do campesinato no Antigo Regime.
O título da obra nos remete a uma construção biográfica do padre exorcista no Piemonte, mas nesta narrativa enxergamo as vivências e as práticas exorcistas. Porém, nessa obra é possível também observar as trajetórias de algumas famílias, a importância da terra, as relações e suas aparências e a contribuição do Giulio Chiesa para manutenção da aldeia de Santena. A obra A herança imaterial: A trajetória de um exorcista no Piemonte do século XVII, esta dividida em sete capítulos, centradas nas articulações internas da realidade de um grupo reconstruídas pela historia do Micro.
A pesquisa sobre esta pequena sociedade se estende de 1672 a 1709, cujo período possui mais de 32.000 mil referências nominativas. Apesar disso não se sabe ao certo a população aproximada e nem atividades praticadas por uma parcela da população.
O livro nos oferece uma riqueza sobre o cotidiano particular compartilhado entre os seus habitantes. A partir de uma leitura generalizante, a aldeia de Santena seria vista como um reflexo do período do século XVII, porém o autor italiano nos propõe um olhar mais aguçado sobre a situação do vivido por um grupo de pessoas, que compartilhavam acontecimentos específicos, por meio de migalhas,