A guerra da memória: A ditadura militar nos depoimentos de militares

RESENHA

A guerra da memória: A ditadura militar nos depoimentos de militares*

Celoí Pereira**

O artigo de João Roberto Martins Filho propõe uma análise da ampla produção de memórias feitas por militantes e militares desde a década de 1970. Para isso o autor considera que os militares tendem a ter um ponto de vista de que a ditadura deve ser um momento já superado e que se deve esquecer, deixar no passado. Porém os militantes reforçam em cada atitude que este momento da história brasileira terá que ser escrito com todos os seus terrores.
Martins Filho fez um levantamento do que se produziu de leituras para construção da memória do que foi a ditadura para militantes e militares. Para isso ele conta com obras como: “O que é isso companheiro”; “Combate nas Trevas”; “Brasil Nunca Mais”; “Câmera Lenta”, etc.
Para Martins Filho, o livro do Fernando Gabeira e do Renato Tapajós, apesar da diferença na escrita e repercussão, os dois tratam da tortura, de como ela atuava para ambos e para Gabeira era algo não “civilizado”. Portanto, a tortura é uma das características mantidas pelos militantes em suas memórias e eternizadas em seus escritos.
Nas produções feitas por militares, especialmente no livro “Brasil nunca mais” ocorre uma negação a respeito da tortura durante a ditadura. Ainda, qualifica as afirmações dos militantes como exageradas, e que as punições eram de acordo com que os subversivos haviam cometido.
Encerrada a primeira parte de escritos nos quais os militantes se sobressaíram, na década de 1990-2000 há intensificação de publicação de depoimentos e memórias de militares. Embora, o livro “O que isso companheiro?” de Fernando Gabeira, tenha ganhado uma versão nos cinemas.

*MARTINS FILHO, João Roberto. A Guerra da memória: A ditadura militar nos depoimentos de militante e militares. Varia Historia. N° 28. Dezembro 2002. P.178-201
** Graduanda do sexto semestre da Universidade Federal de Pelotas, aluna da professora Alessandra
Gasparotto.