A função social do educador
Se, por um lado, pode-se tomar como verdadeira a afirmação de que muitos pais, pelos mais diversos motivos, justificáveis ou não, compreensíveis ou não, têm se desobrigado de alguns de seus papeis mais elementares na formação dos filhos, de outra parte, também é verdade que não cabe ao educador desobrigar-se totalmente da função de complementar a educação doméstica, aprimorá-la, qualificá-la, lapidá-la.
Está posta, pois, uma discussão que vai além do que se poderia chamar de função básica do professor já que as circunstâncias de cada indivíduo, suas necessidades materiais, econômicas, seu contexto social carecem de um olhar que supere a simples tarefa de transmitir conhecimento. Não aprende a somar aquele cuja vida é marcada pela subtração. Seja de comida, de afeto, de condições mínimas de dignidade.
Parece imperioso que o educador se dê conta de que seu papel, para ser bem cumprido, não pode encerrar-se na responsabilidade que faltou ao outro, ao pai, à família, às circunstâncias. Contudo, exigir-se tal consciência social de um educador, talvez seja desconhecer que a ele também, guardadas as devidas proporções, falta o básico, qual seja, remuneração digna, acesso a condições de trabalho modernas e adequadas – note-se: em tempos tecnológicos, qual é o percentual de