A formação das almas
José Murilo de Carvalho afirma que houve grupos com diferentes preceitos ideológicos, conflitantes, cujo resultado das disputas daria contorno ao formato da política do país. Havia três correntes ideológicas disputando o controle do que viria ser a república: o liberalismo americano, o jacobinismo francês e o positivismo. Dentro dessas correntes predominavam dois conceitos diferentes de liberdade. A liberdade da democracia direta clássica em que povo sai para a praça pública para deliberar sobre a política do Estado (defendida pelos Jacobinos); e a liberdade da democracia representativa com um líder eleito em que a população tem liberdade de propriedade, de religião e de opinião, liberdade individual (defendida pelos Positivistas e Liberalistas). O autor ressalta que maior importância deve ser dada a como estes modelos foram apropriados não somente pelas elites intelectuais, mas por parte da população como se figuraram estes discursos políticos. Os modelos importados de política tiveram que adaptar-se a realidade do Brasil, uma nação sem identidade, sem um povo. Esta ausência de um povo não está, seguramente, devido a falta de um contingente populacional, mas sim devido a não participação deste