a formação da classe operária inglesa
Francisco Cleonaldo de Sousa
O rei da vela aparenta ser muito fácil a sua leitura, pois esta subdivida em três atos que dizem por si só a proposta do autor, onde pode levar o leitor a uma breve imaginação do que se pode esperar de cada ato. Mas por trás de cada ato, existe uma proposta de expor temas que refletem muito da época apresentada. Questões políticas, econômicas e culturais, sem falar na crítica ao sistema capitalista.
No primeiro ato pode-se observar muito um resquício de como era o clima socioeconômico no Brasil em meados do século XX, se fazia em meios as dificuldades enfrentadas pelos pequenos proprietários, empresários e mais ainda, dos pobres em relação ao sistema econômico. A busca de status de um homem (Abelardo I) em ganhar prestígio e renome tanto no meio econômico (através de riqueza acumulada) quanto se apossando e anexando sobrenome tradicional – já que casaria com Heloísa filha do coronel Belarmino, mesmo sem as fazendas ainda lhe restava o nome de burguês – mostra que não bastava ter dinheiro para figurar como membro da elite, teria que ter nome tradicional para justificar seu lugar entre a burguesia nacional e sempre ao molde europeu ou dos incontestáveis estadunidenses. A figura do Pinote, o intelectual, é colocada por Oswald como uma classe perigosa ao sistema capitalista, uma classe que sabe de política, cultura e tem em mãos o poder da desalienação contra os meios de produção de tal sistema capitalista. O estadunidense é a personificação do sistema, traduzida e transformada em figura humana, é o que controla e manipula o caráter, bem como a filosofia de vida do Abelardo I e quisá dos novos proprietários e senhores da