A escatologia do n.t. e a teologia da esperança

A Escatologia do N.T. e a Teologia da Esperança

Ao encontrar-se diante da palavra escatologia, o leitor do Novo Testamento, pensa logo de imediato no Apocalipse de João, no discurso de Jesus sobre o fim (Mc 13) ou em passagens apocalípticas como I Ts 4, 13-5, 11; II Ts 1, 5-2, 17, nas quais vêem traçado, em uma linguagem de figuras e obscuras, um cenário com variedade do apocalipsismo.
Com a expressão “ultimas coisas” se entende eventos que irrompem no fim dos tempos, sobre o mundo, a história e os homens. Entre todos os acontecimentos se conta a volta do Cristo em glória celeste, juízo final para o mundo e a consumação do reino de Deus, os mortos envoltos numa ressurreição universal e o surgimento de uma nova criação de todas as coisas. Esses acontecimentos últimos se irrompem de fora da história para dentro dela e põe fim à história universal, onde tudo se move.
Para Moltmann, a expressão “escatologia” é falsa. Uma vez que doutrina sobre as últimas coisas não pode existir. O termo logos se refere a uma realidade que existe, sempre existe, e que pode ser conhecida como verdade na palavra que lhe corresponde. Assim não é possível haver logos do futuro, somente se o futuro for a continuação ou o retorno periódico e regular do presente.
Mas o futuro traz algo de surpreendente e de novo, sobre ele nada podemos afirmar, nem conhecer sobre ele qualquer coisa que tenha sentido, pois a verdade “lógica” (verdade com logos) não pode existir no que acontece no futuro como novo, mas somente naquilo que é permanente e retorna regularmente. Aristóteles chama a esperança “sonho de quem está acordado”. Para os gregos ela sai da caixa de Pandora1.
Na escatologia do N.T ampla e complexa, há uma grande quantidade de material e imagens que é retirada da apocalíptica judaica, vinda da Bíblia hebraica e desenvolvida no período que se estende entre os dois Testamentos. Nela também encontrou acolhida a esperança profética da salvação. Constam aí (na apocalíptica judaica)