A ENCANTADORA DE BALEIAS

A ENCANTADORA DE BALEIAS
Michele de Souza

A encantadora de baleias é um filme muito interessante, abordando aspectos culturais de uma tribo Maori , que luta para dar continuidade as suas tradições e não cair no esquecimento. Lançando questionamentos sobre cultura, globalização e educação.
A cultura desta tribo é unica, suas vestimentas, sua simbologia, suas tradições e linguagem. Uma cultura patriarcal com seus valores e normas próprios e bem definidos. Ainda com pouca influencia da globalização, mas em constante risco de se perder pela falta de um líder carismático e de interesse de seus descendentes.
É ao sair da tribo para esse mundo, em plena globalização, que o pai de Paikea entra num processo de aculturação ao viajar por diversos países, e que ela luta para assumir o lugar de líder na tribo, indo contra a tradição de esse chefe ser homem.
É possível notar já alguns sinais da interferência do mercado cultural globalizado na tribo, como algumas partes em que aparecem drogas, musica e referencias a outras culturas. Mas a luta do avô de Paikea na busca por um líder tradicional, nos mostra uma luta de resistência para manter a tradição patriarcal e sua cultura vivas na pequena tribo.
Ao ser escolhida como líder, mesmo depois de muita resistência conservadora de seu avô, Paikea representa a manutenção necessária ao reavivamento das tradições destas tribos que não podem deixar sua cultura sumir, mas precisam tomar atitudes de condescendência para mantê-la funcional. Nesse mundo onde o mercado cultural impera, manter a cultura local realmente é muito difícil, como já vimos com os Guaranis no documentário Mokoi Tekoá Petei Jeguatá e esta implícito no inicio do filme com a falta de interesse pela cultura local pelos mais jovens.

A montagem da escola para ensinar a tradição pelo avô de Paikea é uma forma de propagar o conhecimento necessário para manter as tradições através da educação, de forma que possam ser feitas mudanças sutis que se enquadrem na realidade