A Dicotomia entre seres visíveis e seres invisíveis: A sociedade de oprimidos e seus opressores.

A DICOTOMIA ENTRE SERES VISÍVEIS E SERES INVISÍVEIS: A SOCIEDADE DE
OPRIMIDOS E SEUS OPRESSORES

COSTA, Fernando Braga da. Homens Invisíveis: relatos de uma humilhação social (Capítulo I ­
USP): São Paulo:Editora Globo, 2004.

O psicólogo Fernando Braga da Costa, Doutor em psicologia social pela USP, autor do livro
Homens Invisíveis: relatos de uma humilhação social e criador da tese invisibilidade pública, trata nesse livro sobre a experiência vivida ao lado de trabalhadores garis da USP que, durante sua pesquisa, pôde constatar sua tese sobre a invisibilidade social.
Fernando Braga, ao perceber a importância do seu objeto de pesquisa resolve entender o cotidiano das pessoas que trabalham diariamente e, de uma forma ou de outra, convivem com as humilhações cerceadas por uma classe opressora. No entanto, Costa traça como fonte principal de sua pesquisa entrevistar dois trabalhadores que com ele, dividiram o mesmo espaço durante o período em que permaneceu exercendo a função de gari na USP. Nilce, um dos seus companheiros de trabalho e entrevistado em sua pesquisa, lhe trouxe a diversidade que era a Cidade Universitária e que ele mesmo se colocando como agente pesquisador pôde comprovar: “ A existência de espaços segregados para populações segregadas não é fato restrito à Cidade Universitária” (COSTA, p. 212).

O psicólogo Fernando Braga da Costa constatou algumas das humilhações vividas pelos trabalhadores garis, mas que também lhe trouxe um novo aspecto de compreensão ao comportamento humano diante do exercício de funções estigmatizadas. Sobretudo pelas condições do espaço de descanso que eram oferecidos aos trabalhadores, espaço afastado dos demais departamentos da USP e que não ofereciam estrutura compatíveis aos demais. O viveiro, local onde os garis da USP