A descoberta da infância

1668 palavras 7 páginas
A DESCOBERTA DA INFÂNCIA

Até por volta do século XII, a arte medieval desconhecia a infância, ou não tentava representa-la. É provável que não houvesse lugar para a infância nesse mundo. No século XI uma miniatura nos dá uma idéia impressionante da deformação que o artista impunha então aos corpos das crianças, num sentido muito distante de nosso sentimento e de nossa visão. Na cena do Evangelho em que Jesus pede que se deixe vir a ele as criancinhas. Ora, o miniaturista agrupou em volta de Jesus oito verdadeiros homens, sem nenhuma característica da infância. Foram apenas reproduzidos em uma escala menor. No mundo das fórmulas românticas, e até o fim do século XII, não existem crianças caracterizadas por uma expressão particular, e sim homens de tamanho reduzido. Isso sem dúvida significa que os homens dos séculos X – XI não se detinha diante da imagem da infância, que esta não tinha para eles interesse, nem mesmo realidade. Isto faz pensar também que no domínio da vida real, e não mais apenas no de uma transposição estética, a infância era um período de transição, logo ultrapassado, e cuja lembrança era logo perdida.
Tal é o nosso ponto de partida. Como daí chegamos às criancinhas de Versalhes, às fotos de crianças de todas as idades de nossos álbuns de família?
Por volta do século XIII, surgiram alguns tipos de crianças um pouco mais próximos do sentimento moderno.
Surgiu o anjo, representado sob a aparência de um rapaz muito jovem, de um jovem adolescente: um clergeon. Mas qual era a idade do “pequeno clérigo”? Era da idade das crianças mais ou menos grandes que eram educadas para ajudar nas missas, Esse tipo de anjos adolescentes se tornaria muito freqüente no século XIV e persistiria ainda até o fim do quattrocento italiano.
O segundo tipo de criança seria o modelo e o ancestral de todas as crianças pequenas da história da arte: No início Jesus era, como as outras crianças, uma redução do adulto: um pequeno Deus-padre majestoso. A evolução em direção a

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