A contribuição dos princípios construtistas para o ensino de língua portuguesa

16402 palavras 66 páginas
INTRODUÇÃO

A língua constitui um dos fatores determinantes da identidade de um povo, de modo que estudar Língua Materna implica estudar elementos de sua própria cultura. Porém, esse estudo tem se dado de forma muito tímida nas escolas, uma vez que é dado mais espaço nas aulas à reprodução dos conteúdos trazidos nos livros didáticos do que à elaboração de conhecimentos acerca da língua, negando ao aluno a possibilidade de construção do conhecimento. Sendo assim, essa temática do ensino de Língua Materna remete a outra discussão, ao objetivo desse ensino, que, segundo Travaglia (2006, p.17), deve ser “desenvolver a competência comunicativa dos usuários da língua”. Depreende-se daí que a sala de aula deve ser o local de aprimoramento do idioma, tanto na modalidade oral quanto na escrita, propiciando ao indivíduo uma melhor atuação na sociedade. Portanto, ao dar aulas de Português, deve-se compreender a língua em sua totalidade, ou seja, reconhecendo a sua diversidade de formas e usos. Trazer para a sala de aula o maior número possível de situações comunicativas é relevante para a ampliação e apropriação dos recursos lingüísticos dos quais o indivíduo necessita em seu convívio social. No entanto, essa tarefa tem gerado questionamentos, pois tem apresentado lacunas, sobretudo no que se refere à relação entre os conteúdos e a realidade, já que existe ainda uma dissociação entre eles. Dessa forma, a língua tem sido concebida como um sistema abstrato, existente em um plano ideológico, de modo que o aluno não consegue associar o que estuda com as situações reais. Porém, percebe-se que a língua é uma “atividade social” cujas regras de funcionamento são convencionadas de acordo com o contexto sócio-histórico e cultural. A esse respeito, Bagno (2002, p.26) afirma que:

[...] a língua [...] não é apenas uma ferramenta que devemos usar para obter resultados: ela é a ferramenta e ao mesmo tempo o resultado, ela é o

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