A classe operária vai ao paraíso

2384 palavras 10 páginas
O filme tem como cenário principal a BAN, uma fábrica que produz peças para motores. Ela utiliza o sistema de metas de produção, sendo que o desenvolvimento tecnológico que leva ao aumento da produtividade do trabalho não tem sido acompanhado do acréscimo salarial. Como diz o discurso de um líder sindical: “quando faziam 1000 peças por dia ganhavam 300 liras de salário, agora produzem 3000 peças e o salário é o mesmo”. A postura que os operários devem manter no trabalho é sempre em pé, nunca sentados, o que faz com que um operário veterano com problemas de próstata tenha incontinência urinária. Ao mesmo tempo, numa época em que a moda era os homens usarem cabelos compridos, estes são forçados a usarem toucas como as da força de trabalho feminina, o que seria caracterizado hoje como uma atitude típica de assédio moral.
Os operários iniciam sua jornada de trabalho ao som de um alto-falante que busca incentivá-los ao bom desempenho no trabalho, alertando para que cuidem da manutenção da máquina, e mais do que isso, no mais puro exemplo de relação fetichista entre homem e máquina, pede aos trabalhadores que tratem esta com amor o que não é seguido ao menos pelos mais politizados, que chegam a cuspir na máquina em atitude de desabafo.
Nem todos os trabalhadores, no entanto, tem esta atitude de revolta. Lulu Massa (Gian Maria Volonté) é o que no Brasil comumente se chamaria de “operário-padrão”6, um operário braçal que devido a sua alta produtividade passa a ser o parâmetro para todos os demais trabalhadores da fábrica BAN. É Lulu que com sua grande destreza e impressionante poder de concentração dita o ritmo de trabalho para os demais operários, estabelecendo as metas a serem atingidas pelos colegas.
A postura de Lulu no trabalho, de carrasco para os outros operários e de subserviência ao patronato, traz uma série de contradições que ele vivencia em boa parte do filme. Os colegas no trabalho o chamam de “puxa-saco” do patrão, e ele incomodado com a acusação pergunta

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