A Ciência e a Era Global

Como afirmam a maioria dos pesquisadores e cientistas, é sempre mais fácil dizer o que não seria ciência. Simplificadamente, não são ciência, a ideologia e o senso comum. Mas não há limites rígidos entre tais conceitos, já que aparecem sempre mais ou menos misturados, afinal a ciência é cercada pela ideologia e pelo senso comum, de diversas cabeças, de diversos lugares. É inquestionável o reconhecimento da profunda influência que a ciência e a tecnologia provocaram em qualquer dos níveis e camadas sociais do planeta. A valorização do conhecimento técnico-científico fez com que as demandas criadas à pesquisa fossem diversificadas nos meios acadêmicos atuais. O advento da maximização do capital fez com que ao mesmo tempo em que se avança na especialização, busque-se afirmação econômica competitiva entre as diferentes áreas do conhecimento. Fato é que nesta afirmação econômica competitiva, quem mais abarca importância, é a área do conhecimento que mais proporcionar aos profissionais envolvidos maior lucratividade. O interesse científico se vê confrontado nos dias atuais com o interesse econômico e político principalmente na construção de hegemonias comparativas entre os países do mundo.
O Brasil possui uma comunidade científica e técnica altamente capacitada a qual vale questionar se não chegou o momento de colocar realmente a ciência a serviço de todos e não só de alguns, proporcionando a redução das desigualdades sociais. A expansão do conhecimento científico e suas aplicações práticas aumentam exponencialmente, no entanto, necessita-se discutir as orientações e possíveis consequências das atuais revoluções científicas.
Visto que a globalização conecta de forma intrínseca os destinos de todos os seres do planeta, não seria pertinente uma discussão pública sobre a ética das pesquisas científicas e de suas aplicações técnicas? Partindo-se deste princípio, não seria também interessante gerarem-se questionamentos sobre a uniformidade destas pesquisas científicas