A CHAMA DOS CONHECIMENTOS

A CHAMA DOS CONHECIMENTOS - UMA LUZ SOBRE O PENSAR Imaginemos o cenário pré-histórico, quando o homem, talvez se valendo de sua condição essencial de puro observador, longe ainda até das suas primeiras manifestações no âmbito do pensamento mágico, ele, extremamente intrigado com a forma com a qual uma luz impactante descia dos céus, atingindo o robusto tronco de uma árvore, fazendo-a inflamar-se em chamas. Agora imaginemo-lo tentando, talvez mesmo após exaustivas ponderações, reproduzir tal fenômeno em uma escala em que pudesse ter o controle daquela manifestação, fazendo-a acontecer aonde e quando sentisse necessidade. Para nós, seres modernos e tecnologicamente avançados, a reflexão em torno da descoberta do fogo pode soar como algo um tanto sem importância. Entretanto, a despeito do quão simples a experiência do nosso antepassado com as pedras, faíscas, gravetos e folhas secas pudesse parecer, não podemos negar o gigantesco salto que a nossa raça deu em direção à sua evolução a partir daquelas primeiras labaredas tímidas. Com o domínio desta técnica a caverna passou a ser iluminada, os alimentos puderam ser assados e cozidos, os animais ferozes afugentados, e assim por diante. Este é um exemplo do quanto a observação, aliada não só à curiosidade, mas também, e, sobretudo, à necessidade, bem como a manipulação acompanhada de método, dos diversos fatores da natureza, suas manifestações e características, têm conduzido os destinos da humanidade desde as mais remotas civilizações até hoje. Dá-se, porém, que muito tempo se passou até que a ciência – o conhecimento científico – atingisse um patamar hegemônico em relação à constante e crescente avidez do homem no tocante às suas dúvidas, problemas e inquietações. Antes de aceitar como principal verdade redentora esta modalidade, a do conhecimento científico, a humanidade experimentou o alento vindo de outras vertentes de pensamento, dentre os quais o mitológico, o filosófico, o teológico. Cada uma dessas linhas de