A antropologia: primeiras reflexões
A partir do século XVIII começa-se a pensar cientificamente no homem, saindo do estudo da natureza que fazia separação entre objeto e observador passa-se na segunda metade d século XIX, com o surgimento da Antropologia, o estudo do homem que era concebido como distante, simples, atrasado. Com base nas sociedades europeias de então. Porém depois de delimitado seu objeto, no século XX, a Antropologia percebe que ela está desaparecendo. Dentre várias reações a este acontecimento, destacam-se duas: a antropologia não deixaria de existir quando desaparecesse seu objeto, o homem primitivo; e que ela apenas ampliaria o conceito que o definia. Do ‘homem primitivo’ fez-se o ‘homem inteiro’, de todas as partes do mundo, de todas as sociedades. Como Lévi-Strauss afirmou: “Enquanto houver a capacidade de estranhamento com relação ao outro, haverá o objeto antropológico.”. Focault dizia que o homem não existia antes do final do século XVIII, que ele é uma invenção recente. A valorização da razão pelo Renascimento e Iluminismo excluía da humanidade, o louco, a criança, o deficiente mental, o selvagem. Desde então o projeto de construção da antropologia envolve a criação de conceitos da própria ciência; um saber que seja fruto de observação e não só de reflexão; um problema essencial; um método de observação e análise. Hoje quando se percebe a extraordinária capacidade do homem de inventar modos de vida e de se diferenciar, é amplamente reconhecido que a antropologia é basicamente um ‘olhar’ sobre o outro; o projeto antropológico consiste então no reconhecimento, conhecimento e compreensão desses modos de vida, dessa humanidade plural. Surge daí a ideia de alteridade. A grande questão que é colocada, e que nasce desse primeiro confronto visual com a alteridade é: aqueles que acabaram de ser descobertos pertencem à humanidade? Surgem então duas correntes ideológicas: a fascinação pelo estranho e a recusa do estranho. Da alternância de