A agressividade
A agressividade no ser humano é um tema complexo, sendo contínua e persistentemente estudados, em especial, os fatores que levam à sua manifestação de forma mais intensa. Dentre os estudos realizados, alguns, de cunho essencialmente biológico, se referem a alterações neuroquímicas cerebrais na origem de comportamentos agressivos, como os trabalhos de Lima (2005) e Gauer (2001). A tendência tem sido relacionar a agressividade com um baixo nível de produção de serotonina no cérebro – substância responsável pela redução do medo e com função calmante –, como relatam Strüber, Lück e Roth (2006; 2005). Outros estudos, segundo Bauer (2008), têm sido muito influenciados pela teoria sociobiológica de Richard Dawkins, defensor da ideia de que “os seres vivos não são nada mais do que ‘máquinas de combate’ governadas por um bocado de genes” (p. 44). Contudo, nenhum estudo, quer seja sobre a disposição genética do indivíduo, quer seja sobre déficits orgânicos ou neuroquímicos, pode responsabilizar esses fatores isoladamente por comportamentos agressivos. A ocorrência de graves lesões cerebrais na infância, inclusive, pode ser resultado de fatores psicossociais. Segundo Strüber et al (2006; 2005), a combinação entre fatores orgânicos e psicossociais como a qualidade do relacionamento inicial entre mãe e bebê, vivências de maus-tratos e abusos, negligência dos pais, rupturas e conflitos vividos constantemente na família, criminalidade no ambiente próximo e extrema pobreza, pode ser potencialmente importante para a manifestação de uma alta agressividade e da violência.