Zunyi

282 palavras 2 páginas
A hipermodernidade pode ser caracterizada por um consumo emocional e por indivíduos preocupados, antes de tudo com sua própria saúde e segurança. Mas será que esse período pode ser um sinal da ascendência da barbárie, da falta de ordem, sobre nossas sociedades? Muitos criticam o estado atual da humanidade, no qual vemos apenas a barbárie interior das pessoas, a decadência do pensamento ou a imperfeição do presente. É como se o “niilismo” no qual Nietzsche via o futuro da Europa tivesse triunfado. E, em certos aspectos, isso não é falso: a busca pelo prazer individualista, ao ameaçar as instâncias tradicionais de controle social e expulsar do campo social toda transcendência, priva um número de indivíduos de referenciais, e favorece um relativismo, ou seja, uma oposição a ideias absolutas, descontrolado, que parece permitir todas as linhas de pensamento possíveis. Não se pode ignorar a proliferação de seitas, acompanhadas até por indivíduos instruídos, ou a volta do paranormal, quando se deixou de acreditar neste na época da modernidade. Segundo Nietzsche, a lógica hipermoderna já foi definida, reorganizando e reciclando o passado sem parar.
No entanto, esse relativismo é apenas uma faceta possível da hipermodernidade. É inevitável reconhecer que os direitos humanos jamais foram vivenciados de maneira tão consensual quanto hoje, e que os valores de respeito e tolerância nunca foram tão fortes quanto em nossa época, o que causa uma repulsão a qualquer ato de violência gratuita. Além disso, não se pode ignorar que a hipermodernidade se constrói ao mesmo tempo em que se cria um conjunto de códigos éticos, cada vez mais forte.

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