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2949 palavras 12 páginas
XII Congresso Internacional da ABRALIC -Centro, Centros – Ética, Estética
18 a 22 de julho de 2011UFPR – Curitiba, BrasilO mais longe ir: identidades transversas em Bernardo Carvalho
Prof. Dr. Ricardo Postal (UFPE) Resumo:
O esfacelamento das identidades uniformizadas é uma característica central do imaginário contemporâneo. Compreender-se enquanto sujeito significa expor-se a um constante embate com os outros para tentar, nas negociações e trocas culturais, fomentar um espaço em que o dizer-se imponha um somatório de fragmentos que unidos forcem uma identidade, ela também transitória. Na literatura brasileira contemporânea, uma poética do transitório se manifesta reiterada na escrita romanesca de Bernardo Carvalho. Neste trabalho analisaremos as maneiras como o imediato abandono, por parte das personagens, das suas vidas em curso, trocadas pelo desvendamento de enigmas obsessivos, refletem um vazio indizível da existência, preenchível somente pelo aventurar-se através de vidas outras que são lentamente tomadas para si. Nesse fluxo sempre avante para amalgamar-se no outro vão se operando alterações na identidade do viajeiro que dizem muito sobre a refração, no universo romanesco, da transitoriedade contemporânea. Palavras-chave: Identidade; figuração; transitoriedade; Bernardo Carvalho
“Mesmo as obsessões mais compreensíveis na juventude ganham um aspecto degenerado quando se perpetuam até revelar o sintoma de algum tipo de fracasso na maturidade.” (CARVALHO, 2007. p. 19)
“Isto é para quando você vier. É preciso estar preparado.” (CARVALHO, 2002. p. 07). Começa o descomeço, que vai levar aos caminhos do perder-se num emaranhado de dúvidas sobre quem era um sujeito que decidiu não ser mais. Ecoa no espelho narrativo: “Ninguém nunca me perguntou. E por isso também nunca precisei responder.” (CARVALHO, 2002. p. 07)
Alguém espera, guardando o ainda não dito. Alguém sabe e conta, ainda que ninguém o tenha provocado. Embricando os dois a necessidade de

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