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CIDADANIA EMPRESARIAL NO BRASIL:
TRÊS ORGANIZAÇÕES BAIANAS ENTRE O MERCADO E O TERCEIRO SETOR

Autores: Paula Chies Schommer, Ana Georgina Peixoto Rocha e Tânia Fischer
Resumo: O artigo discute o conceito e a prática da cidadania empresarial no Brasil, a partir do exemplo de três fundações privadas sediadas na cidade de Salvador - Bahia, integrantes do
GIFE - Grupo de Institutos, Fundações e Empresas. Evidencia as muitas contradições que vivem essas organizações, num contexto de profundas alterações dos limites entre o público e o privado. Mostra, também, contradições que vão dos extremos da filantropia à ação estratégica, do voluntariado à profissionalização, do mercado ao terceiro setor, da lógica do lucro à lógica do bem comum. O termo cidadania empresarial é relacionado a noções como filantropia empresarial, responsabilidade social e ética nos negócios. Conclui que o conceito não é consensual e que as práticas brasileiras na área misturam elementos globais e locais, com forte interferência de fatores culturais e organizacionais do país. Deixa como desafio para o campo dos estudos organizacionais desvendar as características peculiares desse fenômeno ainda pouco estudado no Brasil.
INTRODUÇÃO
A prática de ações estruturadas empreendidas por agentes privados com fins públicos não é um fenômeno recente. No entanto, nos últimos anos, o tema vem ganhando maior destaque e novos contornos. Deixa de ser relacionado apenas a ações religiosas ou caritativas e passa a ser considerado como relevante para a dinâmica das organizações e da sociedade como um todo, associado a prática de empresas líderes em diversos setores.
Alguns termos muito utilizados em outros países passam a ser incorporados ao vocabulário das organizações brasileiras, embora ainda sem significados muito claros e consensuais. É o caso de “cidadania empresarial”, expressão utilizada para um conjunto de programas sociais adotados por empresas privadas.
A cidadania empresarial e