"Xarpi": uma outra visão

1435 palavras 6 páginas
“Xarpi”: a pichação como arte, uma outra visão.

Vinícius Gusmão Martins

Trabalho final
Antropologia da Estética
Universidade Federal do Rio de Janeiro
Instituto de Filosofia e Ciências Sociais – IFCS

Na cidade do Rio de Janeiro, por mim utilizada como fonte de observação para realização deste trabalho, assim como em qualquer centro urbano brasileiro hoje, podemos observar incontáveis pichações, nas paredes, muros, do topo à base de prédios, andares preenchidos como linhas de um caderno, por letras, símbolos e frases que correspondem a um padrão estético e de intencionalidade próprios. Nos centros e áreas metropolitanas principalmente, nos deparamos com espaços públicos e privados inteiramente dominados por um quadro de expressões e formas na maioria das vezes desconsideradas artisticamente, e vistas como vandalismo, depredação, como atividade marginal sem sentido e sem objetivo, além de ser prática criminosa perante a lei. Tenho intenção, no presente trabalho, de mostrar a pichação como objeto não só pertencente a uma classificação de arte de rua, mas relacioná-la com conceitos estudados no decorrer deste curso, especificamente à “arte” e sistemas estéticos de Geertz, a fim de mostrar a possibilidade de um outro entendimento sobre o objeto aqui estudado. Creio que há a algum tempo uma crescente na valorização estética e de mercado das “artes de rua”, como por exemplo, o graffiti, que é hoje considerado “obra de arte”, e está inserido no mercado da arte. Por isso, julgo necessário ressaltar que a meu ver, a pichação apesar de fazer parte dessa esfera de expressões urbanas, se mantém fora da estética do mercado, ou seja, ainda não há sobre ela uma valorização estética exterior ao meio de relações sociais que a cercam. O piche já foi utilizado como maneira de protesto diversas vezes no passado, como na época da ditadura militar,

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