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A implantação da democracia em Portugal e o abandono do regime político autoritário levanta a questão de saber quais as consequências dessa transição, quais os benefícios recolhidos pelos cidadãos e quais as suas imperfeições.
Segundo António Vitorino, existiram quatro marcos fundamentais na conformação do sistema político português: 1) a primeira revisão constitucional, que levou à redefinição do modelo de sistema semipresidencial, herdado da Constituição de 1976 e que reforçou a componente parlamentar do sistema de governo; 2) a eleição do primeiro Presidente da República civil, que assinala a dominância da componente civil face à componente militar; 3) a obtenção, pelo PSD, de duas maiorias absolutas; 4) e a adesão das Portugal às Comunidades europeias, em 1986, que culminou com a entrada em vigor do Tratado da União Europeia, em 1993.
Actualmente, pode-se dizer que o regime democrático está implantado e consolidado em Portugal. Indicadores dessa consolidação democrática são as altas taxas de participação eleitoral, o monopólio bipartidário - PS e PSD - do "centro político" (80% do eleitorado), o grau de fidelidade dos eleitores aos seus partidos e um quadro partidário estabilizado, mantendo-se PSD, PS, PCP e CDS/PP como principais forças políticas.
Pode-se, no entanto, questionar até que ponto é que esta ausência de sintomas de crise da democracia representativa, pelo menos com a expressão que tem noutros países, corresponde a um factor estrutural do sistema político, ou se, por outro lado, não será antes um reflexo do atraso com que, regra geral, chegam as Portugal os grandes movimentos culturais e políticos europeus.
Com efeito, além das alterações político-institucionais trazidas pela UE à vida política nacional - nomeadamente a função lateral do PR e da AR no processo de decisão comunitário, o reforço do peso da tecnoburocracia administrativa e a perda de relevância do TC português - impõe-se saber a qualidade da democracia que temos, e quais as

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