Visão deturpada de Ética e Cidadania
O mundo discutiu no mês de novembro de 2012, em eventos por diversas cidades (inclusive brasileiras), o empreendedorismo. E para mim é muito claro que empreender é um ato ético, considerando a ética como um conjunto de valores ligados ao bem comum. Sim, ético, e basta olhar à nossa volta para se ter certeza disso. Na própria origem, a palavra nos convida a essa conclusão: empreender vem do infinitivo em Latim “prehendere”, que significa pegar, levar adiante. Ou, trazendo para a realidade do mundo de hoje, segurar um sonho, agarrar uma meta, não deixar escapar um objetivo, perseverar pelos resultados.
Quando mantemos firme um sonho para concretizá-lo da melhor forma, estamos, portanto, empreendendo. No meio corporativo, isso pode ser sinônimo de eficiência. E ser eficiente, dar o melhor de si, é uma atitude de caráter, porque, principalmente no contexto globalizado em que vivemos nossas ações enquanto profissionais atingem outras pessoas, o que nos torna responsáveis não apenas pelo nosso ato, mas pelo que ele vai impactar na vida de outros seres humanos.
O contrário dessa postura significa prejuízos a todos. Não empreender um projeto, não realizar da melhor forma um trabalho, não se dedicar na concepção, execução, apresentação e entrega de um produto significa prejudicar o próximo. Imagine-se um carro mal concebido e todos os riscos que ele pode gerar a quem comprá-lo. Ou, ainda, uma cirurgia mal feita, uma informação deformada, uma aula mal explicada. Em todas essas atitudes não empreendedoras, há riscos deflagrados pela negligência.
Quando não empreendemos, portanto, quebramos a corrente dos valores mais nobres entre os humanos: compartilhar, interagir, respeitar o próximo por meio da atitude, da decisão de servir a uma causa que não é de um, mas de uma sociedade. Os princípios dessa postura estão em nossas raízes, no ecossistema, ou seja, a natureza já nos ensina ao convívio e à superação pela sobrevivência, ao respeito